O QUE É?
Miomas são tumores uterinos benignos formados por tecido muscular. Acometem as mulheres principalmente na fase reprodutiva da vida, isto é, na fase em que menstruam e podem engravidar. Acredita-se que até 70% das mulheres irão desenvolver miomas até os 50 anos, mas somente 25-30% apresentarão sintomas.
A causa é desconhecida, mas sabe-se que seu crescimento depende de fatores hormonais, diminuindo de tamanho após a menopausa. Podem ser únicos ou múltiplos e desde bem pequenos até atingir enormes volumes.
Alguns fatores de risco são:
- idade;
- fatores hormonais, como a primeira menstruação precoce ou menopausa tardia;
- histórico familiar;
- obesidade;
- hipertensão;
- nuliparidade (não ter tido filhos);
QUAIS OS SINTOMAS ?
Os sintomas podem variar de acordo com a localização dos miomas. Geralmente os mais próximos ao endométrio causam mais sangramento e os mais externos ao útero, quando de maior volume, causam sintomas de dor e compressão. Pode interferir na fertilidade tanto ao distorcer a cavidade endometrial, no caso dos submucosos, como também por alteração na contratilidade do útero.
Principais sintomas:
- Sangramento menstrual intenso e por muitos dias, podendo causar em casos mais graves anemia;
- Sangramento fora do período menstrual
- Sensação de peso na pelve, como se tivesse algo no útero;
- Pressão na bexiga;
- Aumento na frequência urinária
- Dor na lombar e no abdômen;
- Desconforto e cólicas abdominais;
- Dor ao ter relações sexuais;
- Dificuldade para engravidar
- Abortos de repetição
Esses sintomas não são específicos de miomas, então ao apresentar algum deles, é indicado procurar um ginecologista para investigação do quadro.
CLASSIFICAÇÃO:
Os miomas podem ser classificados em: submucosos, intramurais e subserosos de acordo com a relação com endométrio (camada interna), miométrio (camada muscular e intermédia) e serosa(camada mais externa uterina).

A Federação Internacional de Ginecologistas e Obstetras (FIGO) desenvolveu uma classificação para ser utilizada nos exames de imagens e permitir ao médico assistente um melhor entendimento da relação dessas lesões com a cavidade uterina, com o miométrio e com a camada serosa que recobre o útero, auxiliando assim na tomada de decisões sobre o tratamento,

DIAGNÓSTICO?
A partir dos dados clínicos e identificação de massa palpável ao exame físico, suspeitamos da doença, porém os exames de imagens são essenciais para o diagnostico e definição de tratamento.
Através da Ultrassonografia e Ressonância magnética de pelve é possível identificar e classificar os miomas, permitindo o planejamento do tratamento adequado.


A histeroscopia diagnostica tem o papel tanto de diagnosticar como de melhor classificar os miomas submucosos para programação da retirada dos miomas por histeroscopia cirúrgica.

TRATAMENTO
O tratamento nem sempre é necessário, visto que a maioria das mulheres que tem miomas não apresentam sintomas. Quando indicado, o tratamento pode ser medicamentoso, através de cirurgia: miomectomia (retirada só do mioma) ou histerectomia (retirada do útero) e técnicas de embolização.
Os medicamentos utilizados podem ser hormonais, antifibrinoliticos, anti-inflamatórios e uma associação entre eles.
A intervenção cirúrgica costuma ser recomendada quando os medicamentos não são suficientes para controlar os sintomas, quando há suspeita de malignidade do tumor, em casos de miomas grandes que comprimem outros órgãos e quando a mulher apresenta dificuldades para engravidar por causa do mioma.
A cirurgia definitiva é a histerectomia, retirada do útero, indicada quando não há mais desejo de engravidar. Pode ser realizada por via laparoscópica, robótica ou por incisão semelhante a da cesárea. Esta ultima sendo recomendada em casos de úteros volumosos que impossibilitam a via minimamente invasiva.
A Miomectomia (retirada do mioma) tem o objetivo de melhorar os sintomas, preservando o útero e a fertilidade. É recomendada para mulheres que ainda desejam engravidar ou que não querem retirar o útero. O procedimento pode ser realizado por laparoscopia, robótica, corte abdominal semelhante a cesárea ou histeroscopia. A melhor abordagem vai depender da localização e quantidade de miomas.
Na laparoscopia, os miomas podem ser retirados pelas técnicas de morcelamento, incisão vaginal ou por uma mini incisão abdominal.



Morcelamento de um útero volumoso
Quando por histeroscopia, a miomectomia é realizada sem cortes, somente com dilatação do colo do útero, por onde entra o instrumental para fatiar o mioma. Antes da histeroscopia cirúrgica é necessário avaliar e mapear os miomas através de uma histeroscopia diagnostica, de preferência realizada em uma data anterior.

A embolização das artérias uterinas é um método minimamente invasivo realizado por médico radiologista intervencionista que consiste no bloqueio intencional das artérias que nutrem os miomas, provocando, dessa maneira, redução do fluxo de sangue ao mioma e redução dele. Como o efeito da embolização do mioma uterino pode alterar a fertilidade, por causa da redução de fluxo no ovário, a embolização é normalmente oferecida a mulheres que não desejam mais engravidar ou que desejam e precisam evitar uma histerectomia, que é a operação para remover o útero.

Procure um profissional que tenha experiencia no tratamento dos miomas e que seja especialista em cirurgia minimamente invasiva. Esse profissional saberá conduzir o seu caso com o tratamento mais adequado, avaliando se há ou não indicação de cirurgia e caso seja necessário, ira definir qual a técnica e via mais adequada.