
O que é?
A adenomiose é caracterizada pela presença do endométrio, camada mais interna, no miométrio, camada muscular do útero. Essa presença anômala pode causar aumento do volume uterino e sintomas como dor, sangramento e infertilidade. Embora sejam semelhantes, a endometriose e a adenomiose são doenças diferentes, na endometriose a doença é localizada fora do útero e na adenomiose no próprio útero. A prevalência da doença é difícil determinar pois 50% ou mais das mulheres podem apresentar sintomas, mas estima-se que a adenomiose pode acometer cerca de 20% das mulheres.

Embora a origem da adenomiose permaneça desconhecida, há algumas teorias propostas para explicar o desenvolvimento da doença. A mais aceita sugere que a doença surja da invasão direta do miométrio pelo endométrio. Entre o endométrio e o miométrio existe uma fina camada, chamada zona juncional, que impede que essas células invadam umas as outras. O enfraquecimento dessa camada causado por cirurgias ou gestações prévias e alterações hormonais e imunológicas locais contribuem para a invasão e para o processo de formação da doença. Além disso, fatores locais como o aumento do estrogênio e alterações mecânicas da contração uterina (hiper ou disperistalse) facilitariam o desenvolvimento da adenomiose.

Alguns fatores de risco:
- Idade >30 anos
- Aborto espontâneo
- Gravidez
- Cirurgias uterinas prévias (cesárea, curetagem…)
- Endometriose
- Ciclos menstruais curtos
- Obesidade
- Hiperplasia endometrial (endométrio espessado)
Classificação:
A adenomiose pode ser classificada como focal, difusa ou adenomioma e pode diferir quanto aos sintomas e tratamento.
Adenomiose focal: como o próprio nome já diz, esta localizada em uma região especifica do útero
Adenomiose difusa: quando a doença esta difundida por todo o útero
Adenomioma: Quando a doença esta localizada e nodular, semelhante a um mioma, podendo inclusive ser confundido com mioma.

QUAIS OS SINTOMAS?
- Cólicas intensas antes ou durante a menstruação
- Dor pélvica e dispareunia (dor durante as relações sexuais);
- Abortos;
- Inchaço na região abdominal;
- Aumento do volume do útero;
- Intensificação do fluxo menstrual;
- Infertilidade.
Os sintomas são semelhantes a outras patologias, como a endometriose, e inclusive é muito comum a associação entre elas, podendo uma coexistir com a outra em ate 90% das vezes. Por isso, é importante realizar exames de imagem para o diagnostico correto.
DIAGNÓSTICO
A partir dos dados clínicos e exame físico é possível suspeitar da doença com achados como dor ao toque digital no final da vagina e a mobilização do útero, e o aumento do volume uterino. Porém os exames de imagens são importantes para confirmar o diagnostico.
Hoje, com o avanço da tecnologia dos exames de imagem e padronização nos critérios diagnósticos é possível identificar a adenomiose através da ultrassonografia convencional e da Ressonância de Pelve.

Devido a importante associação entre endometriose e adenomiose, é recomendado que na suspeita ou confirmação de adenomiose também ocorra uma investigação com exames para mapeamento de endometriose
TRATAMENTO
O tratamento pode ser realizado com medicamentos hormonais, DIU hormonal, implanon e/ou através de cirurgia. Modificações no estilo de vida que visam a redução da inflamação, também auxiliam na melhora dos sintomas.
A cirurgia deve ser realizada idealmente por laparoscopia, é indicada para os casos em que não há melhora dos sintomas com uso de hormônios, quando for desejo da paciente e em alguns casos de infertilidade. A retirada do útero, histerectomia, é a cirurgia recomendada para mulheres que não desejam engravidar e nos casos de adenomiose focal ou adenomioma com desejo de preservar a fertilidade, pode ser realizado somente a retirada de lesões.
Para um tratamento adequado, procure um profissional capacitado que vai te orientar o melhor caminho em busca da sua saúde!